Em 31/03/2019, fui convidada para dar uma palestra na Igreja Evangélica de um dos participantes do PGT. Foi uma experiência importante, considerando o interessa dessa igreja em outras áreas de conhecimento.
O foco se concentrou em investigar na história, desde a Grécia Antiga até a contemporaneidade, de quantas maneiras o fenômeno da loucura foi reconhecido e tratado para identificar o lugar social ocupado pelos “loucos”. O objetivo foi demonstrar os agenciamentos discursivos que se apoderaram desse fenômeno para também justificar suas práticas, na sua totalidade de exclusão social, além de apontar para a resistência da “loucura” a uma conceituação última que a defina.
A partir daí, foi exposta a árdua luta política pela reivindicação de direitos a essa população no Brasil. Muito foi dito sobre a “Reforma Psiquiátrica Brasileira”, lei 10216/2001, a luta antimanicomial, a necessidade de uma perspectiva multidisciplinar na atenção e tratamento (que contemple todos os aspectos da vida social, familiar, religiosa e outras) e as respectivas práticas inclusivas. Dentre elas, o PGT e suas conquistas no que toca o trabalho formal, quando, em parceira com o MPT/RJ, participou ativamente na decisão de incluir “pessoas com transtorno mental” na Lei de Cotas, lei 8213/91, conforme a Convenção da ONU de 2006. Essa inciativa publica garantiu o acesso protegido a essa população no mercado formal de trabalho (2012).
Além disso, foi também comentada a metodologia aplicada pelo PGT, o Emprego Apoiado (EA), cujo objetivo é oferecer o justo suporte para o exercício da função de trabalho desses cidadãos, respeitando os limites e as reais condições de trabalho de cada um.
Como última observação, esclareço que nesse dia, 31/03/2019, fui ao evento vestida de preto em protesto à proposta de “comemoração da DITADURA MILITAR”, ocorrida em 31/03/1964 no Brasil. Em 2019 só há uma resposta à indecência dessa proposta: DITADURA NUNCA MAIS!
]]>Sobre o PGT, tive a oportunidade de levar para mais alunos e professores, a experiência de uma prática que conta com 10 anos de atividade contemplando uma população bastante particular no cenário da “exclusão social”… Pude falar das recentes conquistas, em lei, para essas pessoas. Pude deixar bem claro o meu temor e minha indignação.
Pude reivindicar que direitos tão recentemente conquistados, não sejam retirados pela tirania de propostas de governo que não contemplam a inclusão social e o exercício da cidadania de populações vulneráveis. Pude, enfim, dizer alto e em bom som “ELE NÃO”!
POR UM PAÍS PLURAL, SOBERANO E DEMOCRÁTICO
]]>Esse ano de 2018, em 29/08/2018, ao ser convidada para esta palestra na semana de psicologia da Universidade Veiga de Almeida, campus Barra, tive que discorrer sobre o “trabalho” enquanto produtor de “saúde” para o trabalhador, usuário de saúde mental. Tema sensível considerando todas as balizas dos modos de produção do sistema capitalista que mais provoca adoecimento do que saúde ao trabalhador. No entanto, ainda que essa triste realidade seja um fato a ser constantemente revisto, é indiscutível que a melhor insígnia que identifica um “cidadão” em sociedade é a de “trabalhador”. Pois, após as considerações sobre a importância da autonomia adquirida, do sentimento de pertencimento a um novo lugar social, do partilhamento de uma nova identidade social nos espaços públicos, da responsabilidade por si mesmo, etc, encerrei a minha fala com a seguinte pergunta: O que poderíamos reconhecer aqui como “saúde” para esse trabalhador? Seria, enfim, a perfeita adaptação ao modelo normativo de sujeito imposto pela sociedade de consumo, ou, para além disso, a aquisição de uma nova identidade que favorece o seu reconhecimento social como um cidadão?
Foto: Thiago Abreu (estudante da UVA)
]]>APABEX – Associação dos Pais Banespianos de Excepcionais
Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – FIEP
Instituto Ester Assumpção
Unilehu – Universidade Livre para a Eficiência Humana
Universidade Positivo
Ana Salis PGT – Projeto Gerência de Trabalho
O “Grupo Abra a sua Mente” é um grupo de apoio aos familiares de pacientes portadores de transtorno mental severo.
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